quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Qual o futuro da Religião?

Definitivamente o "Fator Deus" não faz parte do futuro. Doa a quem doer: as tendências indicam que no futuro as pessoas serão menos religiosas e caminharemos assim até o ateísmo total, radical e generalizado.
Começo me explicando antes que me ataquem: não sou ateu e o pensamento que exponho aqui não são conclusões só minhas. Eu leio o que já vi publicado, o que ouvi falar, o que pergunto para as pessoas, o que vejo em pesquisas e reúno as informações aqui acrescidas de minha síntese pessoal. No futuro, as pessoas terão uma religiosidade tipo perfil de orkut: "Tenho um lado espiritual independente das religiões". A religião se tornará uma coisa estritamente pessoal e variará de pessoa a pessoa. Cada um terá ou não um credo que será uma miscelânea e um sincretismo de idéias muitas vezes diversas. Será uma religião meio RPG: cada um montará a sua, com sua própria mitologia e seus aspectos pessoais e íntimos. O Deus de cada um sera como um "amigo imaginário": cada um montará o seu. Esse porém será apenas um período de transição até o desaparecimento total do fator "fé" ou "Deus". Em que baseio essas conclusões? Em vários fatos que, reunidos, nos dáo um parâmetro geral. Vamos a eles:
  1. O último senso do IBGE mostrou que o número de evangélicos aumentou mas há um fato curioso: o número dos "sem-religião" aumenta na mesma proporção;
  2. O mesmo estudo conclui que o caminho seguido pelas pessoas na atualidade é: criticar a religião dos pais-->mudar de religião-->converter-se a uma nova fé-->decepcionar-se-->voltar ao antigo credo-->abandonar a religião de vez.
  3. As conclusões para o aumento do número de evangélicos no Brasil é comparado ao mesmo fenômeno ocorrido em países como a Coréia do Sul: lá o número de evangélicos foi aumenmtando, aumentando até chegar a 20% da população e depois começou a diminuir gradualmente. Em comparação o número de Ateus e dos sem-religião começou a aumentar. O que vocês acham que aconteceu?
  4. Há uns anos atrás (década de 90) eu lia muitos livros que falavam sobre uma retomada da espititualidade nas décadas próximas à virada do milênio. Um dos livros que li chamava-se A Revanche de Deus de Gilles Kepel. O livro falava do novo "gás" de movimentos religiosos como po neopentecostalismo, os exoterismos new-age, o hassidismo judeu do tipo Beith-Chabad, os movimentos políticos religiosos islâmicos, a renovação carismática católica e os movimentos católicos ultra-conservadores como o Opus-Dei, a Comunhão e Libertação, o Focolares e o Neo-catecumenato. Tal frisson porém não resistiu à virada do milênio e deram sinais de resgate muito cedo. Quem não se lembra do fenômeno Padre Marcelo Rossi? Declinou-se e foi devidamente reduzido à sua insignificância. Não estou sendo cruel ao falar isso. Leio vários autores católicos e tenho respeito por figuras como Dom Pedro Casaldáglia, Dom Paulo Evaristo Arns e o Cardeal Carlo Maria Martini. Mas figuras despresíveis são apenas isso: despresíveis.
  5. Os escândalos envolvendo religião e exploração da fé são cada vez mais numerosos e mais escancarados. As pessoas aos poucos vão se conscientizando das verdadeiras intenções dessas "espiritualidades" mesmo que não pareça.
  6. Adesões ao budismo têm aumentado desde a década de 1980 e todos sabem que o budismo é uma espécie de "ateísmo espiritualizado" pois nele não existe a idéia de "alma" ou "super-alma" (Deus).
  7. A crítica literária alcançou os textos religiosos e chegou a conclus~eos que muitos deles são confusos e sofreram alterações descaradas anulando ou questionando a idéia de infalibilidade ou incorruptibilidade da chamada "Palavra de Deus".
  8. As atrocidades em nome de Deus perpetuadas por radicais judeus, cristãos e muçulmanos só fazem acrescentar pessoas às fileiras dos descrentes.
  9. Há um movimento atual chamado de "neo-ateísmo" comandado pelo biólogo evolucionista neo-darwinista Richard Dawkins e suas obras e livros estão sendo extensivamente lidos, comentados e analisados. A BBC de Londres realizou uma série com o autor e está disponível no Youtube. é só digitar o nome dele que vocês acham os episódios.
  10. Revistas como Galileu, Super-Interessante, Aventuras na História, Mente e Cérebro, Isto É, Veja vez ou outra publicam artigos sobre esse tema e já há analistas concluindo que: do mesmo modo que nossa época viveu e viu muitos homossexuais se assumirem, no futuro experimentaremos uma onda de "ateus saindo do armário". Estão dizendo que só não o fazem porque muitos ainda nem sabem que são ateus ou não tem coragem e nem podem fazer isso pois perderiam seus empregos, seriam alvo de repreensões dos familiares e outros constrangimentos.
Dizem que o avanço tecnológico está fazendo cumprir todos as antigas "profecias" positivistas, iluministas e racionalistas. E há sociólogos e estudiosos do comportamento humano que diz em ser mais perigoso uma greve geral na Polícia do que os padres, pastores, rabinos e sheiks declararem que "Deus não existe". Não é o medo de Deus que faz as pessoas não matarem e não roubarem, mas sim o medo da punição da força policial. Deus perdoa. A justiça não. Mesmo assim muitos cometem crimes e até matam em nome de Deus. Fica aqui a reflexão.

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