quinta-feira, 22 de outubro de 2009

As máquinas serão o depositário do novo conceito de humanidade

Durante a Idade Média o mundo foi comandado por uma visão teocêntrica de mundo, na Idade Moderna pelo atropocentrismo e, hoje, na Idade Contemporânea o é pelo maquinocentrismo. Cada uma dessas visões de mundo são perfeitamente humanas. Mas o futuro é do MAQUINOCENTRISMO. Concordem ou não o que garante com que nossa civilização não mergulhe na barbárie são as máquinas e as nossas invenções tecnológicas.
...Continuarei postando e editarei mais tarde...

Qual o futuro da Religião?

Definitivamente o "Fator Deus" não faz parte do futuro. Doa a quem doer: as tendências indicam que no futuro as pessoas serão menos religiosas e caminharemos assim até o ateísmo total, radical e generalizado.
Começo me explicando antes que me ataquem: não sou ateu e o pensamento que exponho aqui não são conclusões só minhas. Eu leio o que já vi publicado, o que ouvi falar, o que pergunto para as pessoas, o que vejo em pesquisas e reúno as informações aqui acrescidas de minha síntese pessoal. No futuro, as pessoas terão uma religiosidade tipo perfil de orkut: "Tenho um lado espiritual independente das religiões". A religião se tornará uma coisa estritamente pessoal e variará de pessoa a pessoa. Cada um terá ou não um credo que será uma miscelânea e um sincretismo de idéias muitas vezes diversas. Será uma religião meio RPG: cada um montará a sua, com sua própria mitologia e seus aspectos pessoais e íntimos. O Deus de cada um sera como um "amigo imaginário": cada um montará o seu. Esse porém será apenas um período de transição até o desaparecimento total do fator "fé" ou "Deus". Em que baseio essas conclusões? Em vários fatos que, reunidos, nos dáo um parâmetro geral. Vamos a eles:
  1. O último senso do IBGE mostrou que o número de evangélicos aumentou mas há um fato curioso: o número dos "sem-religião" aumenta na mesma proporção;
  2. O mesmo estudo conclui que o caminho seguido pelas pessoas na atualidade é: criticar a religião dos pais-->mudar de religião-->converter-se a uma nova fé-->decepcionar-se-->voltar ao antigo credo-->abandonar a religião de vez.
  3. As conclusões para o aumento do número de evangélicos no Brasil é comparado ao mesmo fenômeno ocorrido em países como a Coréia do Sul: lá o número de evangélicos foi aumenmtando, aumentando até chegar a 20% da população e depois começou a diminuir gradualmente. Em comparação o número de Ateus e dos sem-religião começou a aumentar. O que vocês acham que aconteceu?
  4. Há uns anos atrás (década de 90) eu lia muitos livros que falavam sobre uma retomada da espititualidade nas décadas próximas à virada do milênio. Um dos livros que li chamava-se A Revanche de Deus de Gilles Kepel. O livro falava do novo "gás" de movimentos religiosos como po neopentecostalismo, os exoterismos new-age, o hassidismo judeu do tipo Beith-Chabad, os movimentos políticos religiosos islâmicos, a renovação carismática católica e os movimentos católicos ultra-conservadores como o Opus-Dei, a Comunhão e Libertação, o Focolares e o Neo-catecumenato. Tal frisson porém não resistiu à virada do milênio e deram sinais de resgate muito cedo. Quem não se lembra do fenômeno Padre Marcelo Rossi? Declinou-se e foi devidamente reduzido à sua insignificância. Não estou sendo cruel ao falar isso. Leio vários autores católicos e tenho respeito por figuras como Dom Pedro Casaldáglia, Dom Paulo Evaristo Arns e o Cardeal Carlo Maria Martini. Mas figuras despresíveis são apenas isso: despresíveis.
  5. Os escândalos envolvendo religião e exploração da fé são cada vez mais numerosos e mais escancarados. As pessoas aos poucos vão se conscientizando das verdadeiras intenções dessas "espiritualidades" mesmo que não pareça.
  6. Adesões ao budismo têm aumentado desde a década de 1980 e todos sabem que o budismo é uma espécie de "ateísmo espiritualizado" pois nele não existe a idéia de "alma" ou "super-alma" (Deus).
  7. A crítica literária alcançou os textos religiosos e chegou a conclus~eos que muitos deles são confusos e sofreram alterações descaradas anulando ou questionando a idéia de infalibilidade ou incorruptibilidade da chamada "Palavra de Deus".
  8. As atrocidades em nome de Deus perpetuadas por radicais judeus, cristãos e muçulmanos só fazem acrescentar pessoas às fileiras dos descrentes.
  9. Há um movimento atual chamado de "neo-ateísmo" comandado pelo biólogo evolucionista neo-darwinista Richard Dawkins e suas obras e livros estão sendo extensivamente lidos, comentados e analisados. A BBC de Londres realizou uma série com o autor e está disponível no Youtube. é só digitar o nome dele que vocês acham os episódios.
  10. Revistas como Galileu, Super-Interessante, Aventuras na História, Mente e Cérebro, Isto É, Veja vez ou outra publicam artigos sobre esse tema e já há analistas concluindo que: do mesmo modo que nossa época viveu e viu muitos homossexuais se assumirem, no futuro experimentaremos uma onda de "ateus saindo do armário". Estão dizendo que só não o fazem porque muitos ainda nem sabem que são ateus ou não tem coragem e nem podem fazer isso pois perderiam seus empregos, seriam alvo de repreensões dos familiares e outros constrangimentos.
Dizem que o avanço tecnológico está fazendo cumprir todos as antigas "profecias" positivistas, iluministas e racionalistas. E há sociólogos e estudiosos do comportamento humano que diz em ser mais perigoso uma greve geral na Polícia do que os padres, pastores, rabinos e sheiks declararem que "Deus não existe". Não é o medo de Deus que faz as pessoas não matarem e não roubarem, mas sim o medo da punição da força policial. Deus perdoa. A justiça não. Mesmo assim muitos cometem crimes e até matam em nome de Deus. Fica aqui a reflexão.

Consumir não é tendência para o futuro

Com o estourar da crise mundial muitos velhos conceitos que já haviam sendo revistos ganharam destaque. Um deles é a questão do consumo.
Uma das obras mais importantes para se entender o capitalismo é O Capital de Karl Marx. Neste livro o autor fala sobre o lucro, o trabalho, a alienação e a exploração, mas Marx não escreve uma linha sequer sobre o consumidor. Este personagem contemporâneo não foi previsto pelo arauto socialista. O livro fala em “proletário” e em trabalhador, mas não versa sobre o principal “ator” da cultura do consumo. A era capitalista industrial já foi dividida em três períodos pelo menos: o da cultura de massa (séc.XIX até 1ª.metade do XX), o da abundância consumista ou american way of life (1950-1970) e o do hiperconsumo (1980 - dias de hoje). Nossa fase é conhecida como hiperconsumista. E não é pra menos: hoje compramos mesmo sem ter dinheiro. A farra dos cartões de crédito estão aí para comprovar isso. As altas taxas de juros e crédito fácil também. O governo, o comércio e as instituições querem que a gente gaste. Não importa se você está devendo na praça ou tem o nome sujo. Querem que a gente consuma.
Veja a evolução dos principais feitos de nossos últimos presidentes da república: Fernando Collor abriu a economia, Fernando Henrique Cardoso estabilizou a moeda e Luiz Inácio Lula da Silva liberou o crédito (pra rico, pra pobre e por último pra classe média). O que querem nossos governantes? Querem que a gente consuma, gaste dinheiro, compre. Ninguém quer que a gente poupe. Recentemente o Lula quis até taxar as cadernetas de poupança. Poupar vai se tornando um crime. Você tem é que consumir. Quebrou? A gente te salva. Não quer trabalhar? A gente te dá uma “bolsa pobreza”. Não tem automóvel? A gente reduz o IPI e te ajuda a comprar. Não tem casa-própria? A gente vai te ajudar nisso também. Isso é ruim? Claro que não. Acredito que antes que o consumo acabe a “justiça social” irá se estabelecer. Isso significa que nossas necessidades aos poucos serão satisfeitas. E tem que ser assim. Isso não é bondade dos governantes, pois uma sociedade satisfeita é uma sociedade controlada. Qualquer pajé de tribo sabe disso. Veja a função dele numa aldeia: não é mandar em um ou em outro! Sua função é contar histórias (agindo como o sumo-narrador de suas vidas, controlando seus medos e sonhos) e distribuir presentes (tomando um arco, uma flecha, um pote ou um pescado de quem tem de sobra e dando pra quem não tem) controlando a insatisfação e a revolta. Essa última ação é interessante para nossa reflexão. Voltaremos à ela daqui a pouco.
Miremos agora a lógica do hiperconsumo: ela é louca e podem ter certeza que ela dá ares de que está chegando ao fim. Veja um fato que já deve ter acontecido com muitos: quem já não recebeu um cartão de crédito em casa – via correios – e desbloqueou-o e começou a gastar? Você gastou até o limite e esperou a cobrança do boleto em casa. Ele chegou, mas por um motivo ou outro você se esqueceu de pagar. Aí a empresa de cartões enviou outro boleto cobrando juros absurdos, aumentando em muito o valor a ser pago. Você de raiva não pagou. No outro mês nova cobrança, mais absurda ainda. Você se arrepende de não ter pago a primeira vez. Vê agora que se você pagar essa conta não vai sobrar para o aluguel. No entanto no próximo mês a cobrança some. No outro mês você também não recebe nada até que, meses depois, chega uma outra cartinha da empresa de cartões propondo renegociar a dívida. Isso depois de ter mandado o seu nome para o cadastro dos inadimplentes. A carta diz que sua dívida inicial de R$ 400,00 e que em dois meses virou R$ 1.000,00 agora pode ser quitada por R$ 200,00. Que lógica doida é essa? A empresa de cartões manda seu nome para um cadastro de proteção ao crédito, mas não executa o executa judicialmente, já notou? Ela não faz isso porque sabe que está errada. Você foi induzido ao consumo, gastou e sofreu cobrança abusiva. Cabe até um processo contra a empresa por extorsão. Aí ao invés de pagar a dívida você terá de ser ressarcido por danos morais. Claro que a empresa não quer isso. Daí a proposta de renegociação camarada daquilo que deve. Os EUA estão quebrando por criarem um economia tão virtual e especulativa que nem lastro para cobrir as transações há. Fazem negócios com dinheiro que não existe. Dinheiro duplamente abstrato. Como valor a moeda já é uma abstração do produto. No hiperconsumismo a especulação é uma abstração das transações em dinheiro vivo. É uma abstração da abstração. A crise vem um choque de realidade mostrando que aquilo que não existe não deve ser computado.
E o hiperconsumo nos fez mais felizes? As marcas e grifes até quiseram anular a diferenciação entre sujeito e objeto, fazendo com que nos identificássemos e até nos confundíssemos com a mercadoria. A publicidade, a pretexto de humanizar o consumo, criou mitos para que acreditássemos que só seríamos seres humanos completos se tivéssemos tal e tal produto. Mas o fato é que as pessoas estão acordando da hipnose consumista. Isso não tem nada a ver com capitalismo e socialismo ou esquerda e direita. Tem a ver com uma nova ordem de coisas. Estamos migrando para uma economia nova, uma sociedade nova, com novas relações sociais e uma nova forma de organização. Não sabemos dizer como é nem como será ainda. Sabemos que é diferente e podemos sentir isso. A crise econômica mundial é a confluência desses problemas, dessa bolha, dessas inquietações. Ela é a transição para essa nova ordem. O filósofo Slavoj Zizek diz que a pirataria e a falsificação são a nova expressão da esquerda, pois elas socializam a posse dos produtos. O capitalismo até quis barrar a pirataria, mas hoje vemos que dentro dessa nova ordem a pirataria pode salvar nossa economia. Já pensou como seria o mundo sem os copiadores de CDs ou sem os downloads? Nossa tecnologia não teria avançado. Parte da culpa de hoje existirem produtos piratas é da própria indústria tecnológica. Então é retórica vazia e retrógrada bradar contra a pirataria e o download. Hoje um artista ou cantor não se faz famoso e consagrado vendendo milhões de cópias de discos e recebendo disco de ouro ou platina. O último grande ícone da velha indústria fonográfica (e também ultrapassada indústria da fama) foi Michael Jackson. Michael representou o fim de uma era. Sua morte e velório foram uma espécie de celebração de adeus a esse passado também. Os artistas e cantores atuais nem pensam mais em vender milhões de cópias. Outro dia mesmo eu estava num barzinho e ganhei (de graça) dois CDs de duplas sertanejas da minha região: Jorge e Matheus e Maria Cecília e Rodolfo. São cantores da nova geração e com posturas atualíssimas e hipermodernas. Os CDs eram simples, mas bem produzidos, com encarte acoplado à embalagem. E de graça!!! Assim esses cantores ficam conhecidos, suas músicas viram hits, suas imagens ganham projeção e está estabelecida a fama. Parabéns à esses artistas que enxergam longe. Já existem projeções dizendo que o futuro é de graça. Há um autor contemporâneo de nome Chris Andresson que publicou um livro chamado Grátis que diz exatamente isso, (Veja o blog de Fábio Prudente: http://fprudente.blogspot.com/2009/07/free.html ). Ele fala que nós vamos receber mais e mais coisas de graça no futuro. Lembra-se de que há uns anos atrás a gente comprava telefone fixo como investimento? Uma linha valia quase o mesmo preço que um terreno. Depois as operadoras passaram a cobrar tarifas. E essas tarifas são abusivas como as cobranças das empresas de cartões. Isso existe porque as operadoras com a Telefônica não vão existir no futuro. Essas empresas ou vão quebrar ou terão de mudar os rumos dos negócios. A internet 3.0 está aí e algumas maneiras de se comunicar vão sofrer alterações radicais. O telefone será gratuito. A internet ainda é cobrada, mas com o Wi-Fi conheço um monte de gente que já não paga nada por isso. As empresas de TV a cabo como a Net esperavam possuir mais de 1 milhão de assinantes em 4 anos de operação após surgirem na década de 90 e até hoje essa marca não foi atingida. Bem feito. Cobram caro por um serviço aquém do esperado. Você é obrigado a assistir propagandas idiotas e repetitivas da Polishop num canal que você paga justamente para não ter que ver essas porcarias. Vejam o caso das séries de TV como Lost. A revista Super-Interessante trousse uma matéria de capa há um ano atrás dizendo que “Lost inaugurou um novo modo de ver televisão” porque para acompanhar a série e entender seus mistérios você teria de acompanhar as discussões em chats e comunidades de relacionamentos na internet, ver vídeos complementares no Youtube e alugar os DVDs da série para pausar e retroceder em cenas onde o mapa da ilha aparecia. Só com a TV seria impossível acompanhar o desenrolar da trama. Eu assisto algumas séries de TV como The Mentalist e Lie to Me, mas não assisto pela televisão. O motivo? Passa num horário em que eu estou no meu trabalho (trabalho à noite), não há horários alternativos, na locadora de DVD ninguém ouviu falar do negócio e não sabem se vão comprar a série e nas lojas da Saraiva Megastore nem tem pra vender. Quando a primeiira temporada chega à lojas a série já está na quarta. Resultado? Faço download da série pela comunidade dos fãs do orkut. Sabe que faz as legendas dos episódios? A molecadinha de 16, 18, 20 anos. Eles traduzem e legendam. Penso até que se os cursos de inglês não se atualizarem acabarão por deixar de existir também. A internet será a nova escola de línguas. A conclusão de tudo isso é que dá pra ser feliz vendo e consumindo tudo o que há de melhor na cultura contemporânea sem gastar um centavo.
Quando a crise econômica estourou o consumo freou e só se falava em desaquecimento da economia. Li vários artigos prevendo uma tendência que recebeu o nome de “new austerity” em que as pessoas passariam a consumir menos e levariam uma vida mais frugal. O hiperconsumo cansa e estressa. As pessoas hoje já superaram a faze do “ter” e estão tomando consciência de que é melhor “ser”. As empresas estão cobrando isso. Querem ver no seu currículo coisas como trabalho voluntário (de graça) ao invés de cursos e mais cursos. O consumo está poluindo nosso planeta que já dá ares de que uma hora ou outra irá se revoltar. A natureza está nos cobrando uma dívida que deverá ser paga diminuindo as duas coisas que sustentam o sistema capitalista: PRODUÇÃO e CONSUMO. A nova geração de jovens (chamada genericamente de “Geração Y”) têm consciência ecológica e não são idiotas de gastarem em coisas que eles podem conseguir de graça. Quer um exemplo? Essa geração é acusada de não ler jornal impresso, mas ninguém se pergunta o porquê disso. Eles não compram jornal em bancas porque lêem as notícias direto da internet nas páginas dos principais provedores ou dos diários on-line. Talvez é por isso que a profissão de jornalista se desregulamentou e a tendência das mídias impressas é o tal “new-journalism”, conhecido também como “jornalismo literário”. O jornal não venderá mais notícia, pois a internet noticia primeiro. Quando imprimem a notícia ela já é história. Os textos jornalísticos terão de conquistar leitores a partir de seu encanto literário. A estética sobrepuja a informação.
Numa conversa esclarecedora com minha amiga e também professora, Dinamara Garcia Rodrigues, entendi o que significará tudo isso. Atenta às transformações e aos sinais emitidos pela sociedade contemporânea, Dinamara sintetizou um questionamento que deveria ser o norte e a preocupação de todos aqueles que lidam direta ou indiretamento com o consumo como empresários, investidores e especuladores: “COMO VENDER PARA UM GERAÇÃO QUE NÃO QUER COMPRAR, NÃO QUER POLUIR, NÃO QUER SER FEITA DE IDIOTA, NÃO PODE SER FACILMENTE ENGANADA E ESTÁ AOS POUCOS TOMANDO CONSCIÊNCIA DE QUE VALE MAIS A PENA SER DO QUE TER?????”
Eis a questão!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Morar em prédios de apartamentos não é tendência em São José do Rio Preto, SP

A verticalização ou o crescimento vertical de São José do Rio Preto, SP está parado. Ninguém quer mais morar em prédios de apartamentos. Por quê? Por vários motivos: a nova estruturação familiar, o novo jeito de morar e a degradação do centro da cidade.
A nova estruturação familiar prevê um prolongamento das fases da vida das pessoas. Estamos terminando a adolescência mais tarde porque a infância está acabando mais tarde também. Como consequência o ingresso na vida adulta se dá mais tarde do mesmo modo. Veja os filhos de 30 ou mais de 30 que ainda moram com os pais... Quando Honoré de Balzac escreveu "A mulher de 30" ele estava se referindo à 'balzaquiana' (termo usado para denominar as 'coroas enxutas'). Essa classificação não vale para hoje pois uma mulher de 30 é uma menina ainda. Tal termo não serve nem para classificar a mulher de 40 anos pois esta não é uma 'coroa' ainda, senão uma 'jovem-senhora'. Chamamos de balzaquianas as mulheres de 50 ou quase 60 que chegam à maturidade bem conservadas e com a vida sexual ativa. Tudo isso acontece por um único motivo: nossa expectativa de vida aumentou e estamos morrendo mais tarde também. Consequentemente vivemos em unidades familiares de renda tripla, quádrupla ou quíntupla, onde o pai tem um carro ou dois, a mãe outro, o filho outro e as duas filhas outros dois, somando 6 o 7 carros na garagem. Que edifício de apartamentos possui 7 vagas na garagem para um único apartamento????
O novo jeito de morar inclui casas mais amplas, separadas ou desmenbradas, com entrada pela frente ou fundos, quartos separados e com vários ambiaentes (isso vale para a classe alta, média e baixa, viu? Há construções com 'luxos' diferenciados mas a configuração não se altera). Há um trabalho acadêmico (aliás vários trabalhos) organizados, escritos e sistematizados pelo professor Doutor Marcelo Tramontano da FAU-USP de São Carlos,SP que trata exaustivamente sobre aspectos mais abrangentes deste tema e são suficientes para corroborar nossa tese: hoje moramos diferente. E, no interior isso virou um modismo que tem previsão para durar mais de 10 anos.
Que modismo é esse? Morar na periferia!!!! Não estou brincado. Em nossa cidade, por causa da degradação do centro urbano a classe alta e média-alta fugiu do centro e está morando na periferia da zona-sul, leste, oeste e até zona-norte. Nossa cidade está cercada de condomínios fechados de vários padrões de luxo: do simples ao faustoso. O centro está feio e sujo. Tornou-se ponto de prostitutas e travestis à noite e se encheu de lojinhas Dollar-Day (R$1,99) de dia. Está um nojo. O calçadão atrapalha o trânsito, edifícios de fiormas tradicionais estão vazios, há mendingos dormindo sob as marquises e se não fosse pelos carrinhos de lanche ficaria totalmente vazio à noite.
Resultado: Quem tem 'juízo' mudou-se do centro. Agora lá vivem apenas os velhinhos esquecidos pela família, casais que não querem filhos, solteirões convictos, estudantes universitários e urbanóides irrecuperáveis. As empresas de construção, os arquitetos, engenheiros, pedreiros, empreiteiros, gesseiros, calheiros, marceneiros, decoradores, jardineiros, serralheiros, carpinteiros e pintores estão rachando de ganhar dinheiro aqui em Rio Preto!!!!!
E vão continuar assim até daqui uns 12 anos. Quando nossa cidade chegar no Dahma 300 ou no Gaivotas 100 ou no Bourganville 30 e for só muro, muro, muro e muro aí talvez tenhamos tempo para considerar aquilo que o teórico francês Marc Augé chamva de "os não-lugares"...

O Carro (automóvel individual) não vai ser o transporte do futuro

Podem notar uma coisa: o trânsito anda violento, a campanha da Fraternidade deste ano (2009) é "Paz no Trânsito", as ruas não tem mais espaço, as capitais do país estão parando (São Paulo vai parar em 2012) por causa dos congestionamentos, tem gente se matando por bobeira no trânsito, as montadoras estão loucas pra vender seus estoques, e os países produtores de petróleo estão desesperados com a nova onda-verde.
--> O que tudo isso significa? Que a era do automóvel está entrando em colapso. As cidades não tem mais espaço para este meio de transporte. Os automóveis poluem muito e tomam muito tempo. Quem já não teve vontade de largar o carro na rua em dia de congestionamento pois percebeu que, fazendo as contas, se fosse à pé chegaria antes?
--> A solução para esse problema? Apenas uma: TRANSPORTE PÚBLICO DE QUALIDADE!!!!!!!!
E quando digo QUALIDADE, não estou brincando. É primeiro mundo mesmo. Só não sei como vamos fazer com as garantias individuais de ser humano, pois vai ficar difícil fazer algumas coisas sem um automóvel para "nos escondermos".
--> mas até lá o futuro dará outra solução complementar.

Revista Galileu traz matéria sobre o futuro do trabalho


Vejam o link:
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG87001-7855-216-1,00-O+FUTURO+DO+TRABALHO.html
--> A revista Galileu traz uma matéria sobre o futuro do trabalho que todos deveriam ler. Postei o link acima. Comprem a revista, mas por enquanto o site da Galileu disponibiliza a matéria.

Livro analisa 75 tendências para o futuro


Microtendências – As pequenas focas por trás das grandes mudanças de amanhã
Autor: Mark J. Penn com E. Kinney Zalesne
Tradução: Adriana Rieche
Editora BestSeller
588 páginas
Preço: R$ 42,90 (mas eu já achei por R$19,90 em postos de gasolina) - não há desculpa para não comprar e não ler.

O livro é muito interessante, pois listas tendências que nós já estamos sentindo como "burgueses falidos" ou a "falência pessoal", falando sobre a dificuldade que as pessoas tem em poupar dinheiro hoje em dia e sobre as dívidas no cartão de crédito, a falta de saldo em banco. Diz que, a despeito disso, essas pessoas continuam comprando, continuam gastando e vão sustentando um estilo de vida que ultrapassa seus ganhos mensais. além do fato de que hoje não é vergonhoso "falir". Antigamente sim. Se você montasse uma empresa e ela fosse à bancarrota você sentiria tanta vergonha que se mudaria de cidade. Teria medo de encarar seus credores. Hoje já não é mais assim. As pessoas vão à falência, devem pra Deus e o mundo e continuam a encarar aqueles aos quais "passaram a perna" até com ar de superioridade. E vão seguindo a vida... Já vi em outras obras uma tendência semelhante chamada de "pobreza envergonhada" sobre aquelas pessoas que, influenciadas pela cultura do efêmero tornam-se fashion victims e vestem-se bem, andam de carro novo, mas... por trás dessa "casca de aparências" moram muito mal, em casas caindo aos pedaços, com pai e mãe doentes e sem plano de saúde e nem seguro de vida. Às vezes não possuem nem seguro do carro!!!!
--> E essa é apenas uma das microtendências... imaginem o resto. Este é um livro indispensável para investidores, economistas, sociólogos e analistas.